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A videofluoroscopia, também conhecida como Estudo Radiológico da Deglutição ou Deglutograma, é um exame essencial para a avaliação detalhada de pacientes com disfagia. Sua implementação na rotina clínica pode aprimorar significativamente o diagnóstico e o tratamento, mas exige planejamento, capacitação e recursos adequados. Aqui estão os principais passos para integrá-la ao seu fluxo de trabalho.

1. Compreender o Papel da Videofluoroscopia

Antes de implementá-la, é fundamental entender a importância desse exame:

  • Diagnóstico preciso: Permite visualizar todas as fases da deglutição em tempo real, identificando alterações e riscos como aspiração e penetração laríngea, além de quantificar e qualificar o risco como a capacidade de limpeza.
  • Guia terapêutico: Fornece informações detalhadas para personalizar o plano de tratamento de monitorar a eficácia das intervenções.

2. Infraestrutura Necessária

Para realizar a videofluoroscopia, é preciso garantir os seguintes recursos:

  • Equipamento: Um fluoroscópio com captura de vídeo de alta qualidade e software de análise específico para deglutição.
  • Ambiente: Sala adequada para exames radiológicos, com proteção contra radiação, conforme normas locais de segurança.
  • Suprimentos: Contrastes adequados para uso em estudos da deglutição, como bário em diferentes texturas (líquido, pastoso, sólido).

3. Formação da Equipe

A execução da videofluoroscopia requer uma equipe multidisciplinar capacitada:

  • Fonoaudiólogo: Responsável pela análise funcional da deglutição.
  • Radiologista: Necessário para operar o equipamento e garantir a segurança radiológica.

Capacitações específicas em videofluoroscopia são indispensáveis para o fonoaudiólogo, incluindo interpretação de imagens e aplicação de estratégias terapêuticas baseadas nos achados.

4. Protocolo de Exame

Estabeleça um protocolo padronizado para garantir consistência e qualidade nos exames:

  1. Pré-avaliação: Coletar informações clínicas e histórico do paciente para a garantia da execução segura do exame.
  2. Execução: Oferecer alimentos e líquidos com diferentes consistências misturados ao contraste adequado para cada tipo de alimento, registrando as imagens em todas as fases da deglutição.
  3. Análise: Avaliar critérios como segurança (presença de penetração ou aspiração), eficiência (resíduos na cavidade oral ou faringe) e medias da biomecânica da deglutição.

5. Integração na Prática Clínica

Para incorporar a videofluoroscopia de forma eficaz:

  • Fluxo de pacientes: Identifique aqueles que mais se beneficiarão do exame, como pessoas com disfagia de origem neurológica, pós-cirúrgica ou oncológica.
  • Seleção de pacientes: Estabeleça os preditores para indicar ou não o exame.
  • Relatórios: Desenvolva um modelo de laudo que inclua achados detalhados e recomendações terapêuticas claras.
  • Parcerias: Estabeleça colaboração com clínicas radiológicas, hospitais ou outros centros para facilitar o acesso ao equipamento.

6. Educação e Divulgação

  • Treinamento contínuo: Promova a atualização da equipe com cursos e workshops sobre videofluoroscopia.
  • Educação do paciente: Explique a importância do exame e seu impacto no tratamento, aumentando a adesão.
  • Divulgação entre colegas: Apresente casos clínicos e resultados em eventos e artigos para promover a utilização do exame.

7. Monitoramento e Avaliação

Após implementar a videofluoroscopia, avalie continuamente seu impacto:

  • Resultados clínicos: Analise como os diagnósticos e tratamentos evoluíram com o uso do exame.
  • Feedback da equipe: Colete sugestões para melhorar os protocolos.
  • Custo-benefício: Avalie a relação entre o investimento e os benefícios para os pacientes.

A introdução da videofluoroscopia na rotina clínica não só eleva o padrão de cuidado para pacientes com disfagia, como também posiciona a sua prática como referência na área. Planejamento, capacitação e compromisso com a qualidade são os pilares para o sucesso dessa implementação.

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